domingo, 17 de outubro de 2010

olhar ver olhar




olhar é fitar os olhos em vista de algo, é mirar.
ver é perceber, conhecer algo por meio dos olhos, da visão.

fitar..fitar os olhos é fixá-los em algo.
perceber é dar-se conta, é notar...é conhecer, saber.

Tem dias que a gente não vê nada, nem olha nada.  
Tem dias que só quero ver, só olhar.
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Fotografias: é ver,olhar o mundo pelas lentes. Luz, concentração, paciência inimaginável, explosões instantâneas. E se faz a imagem. Olhares fora-dentro.
A fotografia é feitiço.
Meu feitiço: Largo de São Sebastião, fim de tarde. Fotografia do celular.


ps: Com esse post, inauguro a sessão "olhar ver olhar". A esta sessão ficam aquilo que os olhos vêem, ou não vêem. Aquilo que se diz, ou se silencia.  Meus feitiços, meus roubos de imagens.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

escrever



A minha fala e minhas mãos (pra escrever, pra digitar) não acompanham meus pensamentos. Sim, vivo me atropelando... E a fala rápida, verborrágica e sem fôlego, unida aos milhões de gestos ou mão amarrada são sinais disso. E pro meu ofício, preciso escrever.
Sou verborrágica e a oralidade dos meus pensamentos diz (e porque não, escreve?) por mim.


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No ônibus, céu nublado. Ouvindo Gilberto Gil e Os Mutantes - 1968. “Coisa mais linda que existe”.
E dentro, e na música, e no céu eu senti saudade. Senti saudade de um monte de coisa que não sei.
As lágrimas e o coração pequeno acompanharam o suspiro fundo e olhar desconfiado (por que está chorando?). E num dos suspiros de choro, lembrei do que tenho saudade. Tenho saudade da vida mansa, do suspiro apaixonado. Do colo que me faz ficar pequena, da certeza do telefonema de “tudo bem”. Saudade de ser parzinho, de ter mãos dadas. Saudade do cheiro, do cheiro. Saudade da rotina e da surpresa, do tédio e da alegria. E o cheiro que ainda busco por aí.
E a saudade foi tomando espaço, e ficando dona de tudo. E aí não se controla choro, e nem as mãos pra esconder o rosto.
Num ato desesperado, engoli tudo.
Engoli.
Engoli choro, engoli saudade. Engoli amor e cheiro. Engoli lembranças, engoli a música.
E engolindo, engolindo... Gritei engasgada.
E gritei: gritei amor, gritei saudade. Gritei teu cheiro, te chamei. Te chamei baixinho, no pé do ouvido. Te chamei gritando, te chamei numa ligação incompleta... te chamei.
Esqueci que você não ouve mais. E que você não vem mais.
Não vem.
Vem.




Ps: Com esse post, inauguro a sessão “escrever” do blog. A esta sessão, cabem todas as palavras que saem.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010


de um quarto bagunçado.
papéis,livros,pastas, lápis de cor e troços que vou juntando por aí.
no fundo, um papel rabiscado, colorido: saem quando eu menos espero.
música. muita música - que não fica presa nos cd's empoeirados.


uma cadeira com uma toalha estendida.um telefone que não atendo.


resolvi criar um blog.
pegar as palavras que juntei nos papéis, nos post-its, domá-las..novamente.
enfileira-lás, compor uma frase.
alinhar. ortografar.
até que.. elas tomem seu próprio sentido e se arrumem como quiserem.

pra colocar palavras, pra desfazer frases, pra ter e não ter sentido. pra colocar o que vejo, pra falar do que ouço, pra deixar aqui as palavras que saem.

olhar,ouvir, escrever.
pra além do meu ofício.



foto:  é onde estou, foto do celular.